quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Lar, um campo missionário







Por Janaína Garcia.

“Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” Atos 16. 31.

Creio numa provisão divina para abençoar as famílias. Acredito que Deus pensa na família em tudo o que faz. A família é uma instituição divina. Deus proveu para seu filho Jesus uma família abençoada nesta terra. E fez muitas promessas incluindo as famílias, portanto há algo especial que deve ser visto sob este enfoque e que nos ajudará em nossa caminhada cristã.
Nosso texto base para esta meditação fala sobre salvação para toda a família, e acredito que há muitas coisas que precisam ser esclarecidas por trás deste conhecidíssimo versículo bíblico. Tenho visto atitudes erradas na vida de muitos cristãos e, geralmente, elas são oriundas de uma compreensão errada deste texto.
Este texto não é uma promessa de que Deus salvaria nossa família sem que nada precisássemos fazer. Não fala de um processo em que, automaticamente, toda uma família se salva só porque um foi salvo. A salvação não se transfere, é pessoal. Este versículo nos mostra uma provisão divina para a família, e que quando um familiar é salvo passa a ser a “porta de entrada” do Reino de Deus para a sua família. Tem muito crente que sequer evangeliza os seus, nunca intercede por sua família, mas quando indagado sobre o estado deles responde: “Não me preocupo por que tenho uma promessa da salvação de minha família”.
Esta palavra foi dada por Paulo a um carcereiro da cidade de Filipos, onde o apóstolo estava preso por ter expulsado um espírito maligno de uma jovem que era adivinha. O ocorrido a impediu de continuar adivinhando, e a falta de lucros gerada por esta libertação fez com que os senhores dessa moça lançassem Paulo e seu companheiro Silas na prisão. O que Paulo falou a este homem foi uma palavra pessoal sob uma ação específica do Espírito Santo. Observe o texto todo e estes detalhes aparecerão: “E, depois de lhes darem muitos açoites, os lançaram no cárcere, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança. Este, recebendo tal ordem, levou-os para o cárcere interior e lhes prendeu os pés no tronco. Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam. De repente, sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos. O carcereiro despertou do sono e, vendo abertas as portas do cárcere, puxando da espada, ia suicidar-se, supondo que os presos tivessem fugido. Mas Paulo bradou em alta voz: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos! Então, o carcereiro, tendo pedido uma luz, entrou precipitadamente e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas. Depois, trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para que seja salvo? Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” (Atos 16. 23 a 31).
Este acontecimento se deu por volta da meia-noite, logo, estava escuro. A certeza disto é que o carcereiro pediu luz antes de ir até Paulo e Silas, o que nos mostra que nem ele e tampouco os dois evangelistas tinham luz. O texto sagrado ainda revela que ninguém saiu do cárcere, embora o carcereiro pensasse que todos já tivessem fugido. Então, aquele homem, que sabia que ia pagar com a própria vida pela vida dos presos que (achava ele) haviam escapado, decide se matar e chega a puxar espada para fazê-lo, mas Paulo brada para que ele não faça aquilo. Como é que Paulo, no escuro e sem enxergá-lo por estarem em cômodos diferentes, sabia do que estava acontecendo? Temos uma palavra de conhecimento, dada pelo Espírito Santo revelando uma condição específica de um homem específico. Não sabemos tudo o que Deus mostrou ao apóstolo, mas é neste contexto que ele afirma ao carcereiro: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo tu e a tua casa”. E o que acontece em seguida? “Depois, trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para que seja salvo? Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa”.
“E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa. Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus”. (Atos 16. 32 e 33).
Depois de saber que Deus queria salvar sua família, o homem foi levar o Evangelho para eles! Foi por isso que creram e se batizaram. Tem muita gente que não prega a palavra para os seus familiares e acha que eles vão acordar salvos alguma manhã destas. Não é assim que funciona. Temos que nos mexer. Lutar por eles. Interceder por eles e dar sempre um bom testemunho.
Quando o apóstolo Pedro sobe a Jerusalém e é indagado do motivo que o levou a entrar na casa de Cornélio, um gentio, dá uma explicação de um detalhe da mensagem que o centurião recebera do anjo que lhe apareceu. Este detalhe é importantíssimo para nós porque nos mostra como Deus trata com as famílias e tem um plano para elas.
“E ele nos contou como vira o anjo em pé em sua casa e que lhe dissera: Envia a Jope e manda chamar Simão, por sobrenome Pedro, o qual te dirá palavras mediante as quais serás salvo, tu e toda a tua casa”. (Atos 11:. 3 e 14).
Embora não haja uma promessa específica de que cada família onde alguém se converter todos virão a ser salvos, sabemos que este é o desejo de Deus. Deus deseja que todos se salvem (I Timóteo 2. 5). Ele não deixou ninguém de fora da provisão de salvação, mas mesmo assim, sabe que muitos rejeitarão seu presente, a ponto de também declarar em sua Palavra que “a fé não é de todos” (II Tessalonicenses 3. 2).
Desde o princípio vemos Deus incluindo as famílias em suas promessas de bênçãos, salvação e livramento. Foi assim com Noé:
“Disse o SENHOR a Noé: Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque reconheço que tens sido justo diante de mim no meio desta geração” (Gênesis 7. 1).
Também foi assim com Ló, quando Deus anunciou pela boca dos anjos que haveria de destruir a cidade; deu oportunidade para que toda a família escapasse:
“Então, disseram os homens a Ló: Tens aqui alguém mais dos teus? Genro, e teus filhos, e tuas filhas, todos quantos tens na cidade, faze-os sair deste lugar; pois vamos destruir este lugar, porque o seu clamor se tem aumentado, chegando até à presença do SENHOR; e o SENHOR nos enviou a destruí-lo” (Gênesis 19. 12 e 13).
Deus tem um plano para as famílias e deseja abençoá-las. Esta foi sua promessa a Abraão:
“…em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12. 3b).
Mas porque Deus deseja isto não quer dizer que vá acontecer por si. Os genros de Ló não o levaram a sério (Gênesis 19. 14) e acabaram perecendo em Sodoma, embora o Senhor quisesse ter tirado os dois de lá.
Onde está o ponto de equilíbrio? Não é em achar que a família será salva por si e nem tampouco em deixar de ter esperança pelos seus. É entender a visão familiar na Palavra e batalhar para que isto se aconteça. Creio que Deus queira que cada um de nós possa encher o peito e afirmar com alegria o mesmo que Josué:
“…eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. (Josué 24. 15).
Tem gente que quer ganhar o mundo para Jesus e sequer se importa com a sua casa. Isto é uma violação de claros mandamentos bíblicos! Veja o que Paulo falou a Timóteo no tocante a isso:
“Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (I Timóteo 5. 8 ).
O cuidado pela família não envolve apenas o sustento natural, que é o contexto desta afirmação, mas também a preocupação com a condição espiritual. É requisito para a liderança ter uma família exemplar, ministrada no Senhor (I Timóteo 3. 4 e 5).
Os projetos que envolvem a salvação de nossa família devem ser tomados como prioridade. É preciso que nos empenhemos em lutar pela salvação de nossa casa. Isto envolve uma postura de esperança e um posicionamento de bom testemunho. Mediante um bom testemunho, familiares podem ser ganhos para Cristo. Sem ele, muitos nunca se converterão. Pedro escreveu sobre isto:
“Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa,ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor” (I Pedro 3. 1 e 2).
Para o casal cristão, o desafio são os filhos. Eles também devem ser ganhos e discipulados por seus pais:
“E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Efésios 6. 4).
Viva sua vida em Deus de forma frutífera. E comece a frutificar pela sua própria casa. Que o Senhor te dê graça para pelejar pelos seus e levá-los a uma experiência genuína com Cristo!





Janaina Garcia é membro da Assembleia de Deus de Cassilândia MS e acadêmica de Ciências Contábeis pela FIC/FAVA






Artigo: retirado do blog Sementes do Evangelho.


http://www.sementesdoevangelho.blogspot.com.br/

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